domingo, 13 de março de 2011

Dona Edith - 08/05/1971 - "A Peneira" Nº 122 - J.UM



DONA EDITH


J.UM

Dª Edith Coelho do Amaral














Hoje é um dia de glória para a senhora. Mas é também o dia de seu calvariozinho. E eu, que gosto tanto de meu cantinho, como escorpião que sou, destinaram-me os fados a duplamente concorrer para seu suplício. Sirva o sacrifício deste dia, junto ao dos incontáveis dias em que a vem martirizando o seu ideal, hoje plenamente florescente, para atrair as bênçãos do alto para esta Maternidade.

Esta placa que aqui se inaugura vai dizer a todos os que neste edifício penetrarem que a senhora foi o instrumento apropriado nas mãos da Providência, para dotar a nossa terra dos recursos da assistência às parturientes, a fim de que, doravante, possa haver mães mais felizes e crianças mais sadias.

Esta placa é também um símbolo e um sentido. Ela diz e dirá sempre da gratidão perene de Virginópolis à senhora. E, na pessoa da senhora, Virginópolis quer, ao menos uma vez, render uma homenagem e significar sua gratidão, às labutantes humildes, às Sinhás Geninhas de todos os tempos, que ajudaram a trazer ao mundo tantos pais e mães de famílias, tantas moças lindas e guapos rapazes que, na despreocupação da mocidade e no enlevo dos primeiros triunfos, nem talvez se lembrem de quem, em noites de vigília, lhes ajudaram as mamães a fazê-los transpor os umbrais da dor para a alegria e glória da vida.
Bendito Deus que fez esses anjos de bondade que porfiam e sempre porfiarão com a senhora, Dona Edith, nessa tarefa escondida e heróica.

Com a gratidão exarada nesta placa, formulamos à Virgem das Candeias e à Senhora das Graças nossos melhores votos por sua prosperidade pessoal e pela prosperidade da sua instituição. O mesmo Deus que a fundou, lhe porá o remate: “Quod Deus incept, ipso perficiet”.
De sua produção literária disse o vate da arte poética:

“Exegi monumentum oere perennius
Regalique situ Pyramidum altius.
Quod non imber edax, non Aquilo impotens
Possit diruere aut innumerabilis
Annorum series et fuga temporum”.

"Erigi um monumento mais eterno que o bronze, mais sobranceiro que as pirâmides faraônicas, que não poderá derruir a chuva desgastante ou o Aquilão desenfreado ou a inumerável série dos séculos e a fuga dos milênios."
O monumento que a senhora ergueu, Dona Edith, será igualmente duradouro, porque inscrito nos corações agradecidos, e gravado nas letras eternas, no Livro da Vida.


                        Dª Edith Coelho do Amaral, Dª Maria José de Aguiar Coelho, Dr. Raimundo Batista da Rocha e
                 Monsenhor Francisco Batista dos Santos -  na colocação da pedra fundamental da Maternidade de Virginópolis - MG.



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