DO SÃO BENTO AO CARAÇA: SETE DIAS
J.UM
Dia 14 de Agosto de 1916, de manhãzinha, parti do São Bento em companhia de meu mano, Chiquinho Campos. Perdõem ter que falar sempre de mim, porquanto estou falando sobre o Caraça, e como falar do Caraça sem falar da gente que dele se embebeu e dele se informou?
A última pessoa do São Bento que vi na estrada, foi o Quinco Maciel. Adeus, Quinco! Sem nem lhe dar a mão. Mineirinho que chorava como um chafariz, e tinha vergonha de mostrar-se saudoso e afetuoso, estreitando o Quinco num abraço franco. Oh! Quinco, se você soubesse as vezes em que o orgulho, a autocrítica me impedirão de, abraçando as oportunidades, viver plenamente a vida e gozar de pequenos triunfos, usando os recursos minguados que Deus me deu! Mas a vida é assim mesmo. E a humanidade é, regra geral, egoísta. Há pessoas amigas que querem projetar-nos. Cansam-se, entretanto, ao esbarrarem, de seca e verde, com a estrutura da gente. Quem rompe estrutura de aço? Quem levanta, no engenho, um boi teimoso como os do Piauí? Fica pra lá, trem. Na grande tela da vida pincelada por Deus, estão previstos todos os efeitos. Tem que haver sombra e tem que haver luz. Sombra? Há os indivíduos-sombra para que se destaquem os pontos luminosos. Estava tudo previsto: os gênios, os talentos, os meia-tigela besuntados do carisma da imodéstia e do avança, do pega o queijo no ar. Sim, o “avanço” é carisma. O medalhão é carisma. Quanto carisma, meu Santo Deus! Quanto mini-saia na política e nos postos-chave! Mini-saias? Pra quem é, serve.
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