DO SÃO BENTO AO CARAÇA: A LUZ ELÉTRICA
J.UM
Mas deixemos de esnobar, - como o Dr. Amilar é nocivo! – e digamos, simplesmente, que o mineiro, quando se admira tem razão, e que, apesar de jeca, brilha, em geral, nos estudos. Quantas piadas fizemos, ao acender-se a lâmpadazinha pelada no rancho da tropa. Somente em Virginópolis se deu coisa menos pitoresca, oito anos mais tarde. Tinha sido nomeado zelador o Benedito Viana, baixo, balofamente gordo. Era o dia da chegada da luz. Estava ele junto ao poste, no alto de uma escada de mão, seguro pelo Joaquim Nunes. O Joaquim Nunes era um gigante de, seguramente, 1,90m, muito bom, mas por demais simples. Ora, pois, estava no alto o Benedito Viana a torcer a lâmpada e o Joaquim Nunes, em baixo, a firmar a escada. O Benedito, que nunca foi seguro de seus botões, deixou escapar um silencioso borborigmo, no momento exato em que chegava a luz.
Diz o Benedito: Custou mas chegou.
E o Joaquim Nunes, sinceramente convicto: - Chegou até com uma catinguinha!
Como o Hely Rodrigues sabia contar isso! Não é de admirar que a luz de Virginópolis tenha sido, tanto tempo, excessivamente pudica e recatada.
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