SE EU PUDESSE
J.UM
J.UM
Ah! se eu
pudesse
voltar a ser
jovem.
Aquelas
manhãs alegres.
Aqueles dias
azuis, de muito sol.
Aqueles
crepúsculos que falavam
de coisas
suaves que morriam.
Aquele sábio
incompreender do instinto
que sabe mais
que a vida adulta.
Como tudo era
claro para mim.
Eu falava a
língua sintética
dos cavalos e
dos cães.
Eu estava
mais perto de Deus.
Porque eu era
a unidade.
Eu via a dor
da árvore que morre.
Sentia a
derrota do galo vermelho
que fora o
chefe do terreiro
e que agora
vivia macambúzio
sob as moitas
do quintal.
Doía-me a
velhice agravada
do cavalo
Rosilho,
que fora o
mestre sem par
da andadura
suave.
Como eu sabia
tudo.
Eu era como
índio asteca
que se
encerra em si e tudo sabe.
Que procura
no regaço materno da terra
consolo à
frustração
que o
Ocidente criou.
Que é calado,
porque é
inexprimível
o infinito
que pensa.
Ah! se eu
pudesse voltar à mocidade.
Regredir ao
infinito
que eu fui.
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