EFÊMERO
J.UM
J.UM
A Gastão Magalhães
Ondas do mar.
Ondas
a bater na praia deserta,
numa
canção medida,
de
enganar.
Ondas
do mar.
da
ilha solitária,
num
ruído discreto,
como
arquejo de animal cansado,
na
calma pura
de
notas harmônicas.
Podes dormir tranquilo.
na
praia deserta
da
ilha de tua vida.
Quando acordares
do
dia-a-dia sem rumo,
da
tarefa que se repete
em
ritmo de embalo...
quando
parares
no
teu caminho de sol a sol,
ouvirás,
pela primeira vez,
batidas
de tambores ocultos,
de
tambores que soam na sombra.
Então,
adeus a teu sono tranquilo.
A
ilha que a onda do mar corrói,
ao
soar de tambores soturnos,
que
vibram na furna do silêncio,
vai
cair no mar.
Tua vida
vai
cair no mar
que
limita o azul
na
última vibração
dos
tambores ocultos
que
batem sem remorso.
Que
rufam de manso
as
marcações do teu efêmero.
Porque foi tudo efêmero
na
ilha de tua vida,
que
vai cair no mar.
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