NA MEIA-LUZ
J.UM
J.UM
Se houvesse
um
mármore dessa cor,
eu
seria escultor.
Duas
colunas lisas,
penetrando,
em arco,
uma
enseada,
curva
deliciosa,
escavada
em
mármore de Carrara
de
um tom raro,
de
porfiro vermelho-rosa.
Gruta
misteriosa,
fonte
pura
de
um estranho frescor.
Além,
acima,
fuste
acima,
pompeantes
ao sol,
oferenda
ao carinho do olfato,
das
mãos frementes,
pomos
raros
em
mármore de Paros.
Duas
uvas empoladas,
frutas
de muito escol,
quais
rubidas romãs,
ou
doloridos rubis,
coroando
maçãs,
túrgidas,
de estranho olor.
Suco
sumarento.
Esquisito
sabor.
Uvas
e maçãs,
pomos
de escol,
rebentadas
das lavas de
um vulcão,
à
luz mansa do sol!
Ao
alto, no arrebol
do
astro a se afundar na cama do poente,
o alto capitel
ao
fundo, o firmamento.
Duas
estrelas já fluindo luz,
docemente.
E,
pelo todo, plinto, fuste, capitel,
movimentos
de alma, amplexos, carícias,
complexos,
volições simbolizadas
no
lavor extremado do cinzel.
Na
hora verde, no pâmpano enlaçante
que
envolve as formas cintilantes
das
estátuas pagãs.
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