EPHEMERA
J.UM
J.UM
Teu
chamamento vem de longe.
Vem dos bastidores do tempo.
Vem do fundo cênico de todas as
nebulosas.
De quando nasciam sóis
de outros sóis que morriam.
De quando o
inorgânico começava a fremir
ao metralhar dos raios cósmicos
procurando a incógnita da equação da
vida,
na disputa dos genes pela fila da
consciência.
E eu vim,
da luta pelo ser.
De combates espetaculares,
da disputa pela sobrevivência dos
mais fortes.
Tu estavas
presente.
De longe estavas presente.
E vieste. E te aproximaste. E eu fui.
Sou o fruto de tua vitória.
És o autor de minha derrota.
E eu estou
como a ave que pipila
dentro da tempestade escura.
Eu estou dentro de ventos uivantes,
como um nada diante de ti,
no medo sem remédio,
da minha tristeza
inútil.
Ah! a tua
grande mão,
a tua mão enorme!
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