quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Banhista - 06/10/1968 - “A Peneira” Nº 49 - J.UM



BANHISTA

J.UM






Lua crescente, menina-lua de doze anos,

nada de costas no oceano azul do céu,

nua, inocente, serena e nua.


Lua, barca do Nilo, mulher criança,

banhista virgem no azul das vagas do firmamento.

olha, à distância, o olhar presente.


Teus cornos pontudinhos e mansos

varam a gaze da noite fria.

Lua-menina de doze anos.

Olha, criança, lá à distância, quem te vigia.


Lua, vagando, de manso, agora,

no azul do lago, fitando estrelas,

Não sente o afago de alguém distante,
penando ao vê-la.

E segue avante.


Não vás, ó lua, fixa este instante,

que só existe para nós dois.

Se te sumires na vaga errante,

irei contigo sonhar depois.




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