AI! MINHA INOCÊNCIA
J.UM
J.UM
Ai!
minha inocência que se quebrou !
o
céu estava tão perto
e
eu o julgava tão longe.
Depois,
já não são todos iguais.
O
homem é diferente da mulher.
Adultos
não são santos para mim.
Menino-homem
e menina-mulher.
E
eu os julgava iguais.
Não
tenho pena de uns
e
morro de dó das outras,
por
qualquer coisinha a tôa!
Ai!
minha inocência que se quebrou.
Dezesseis
anos. Homem menino.
O
inferno crepitando na alma verde.
Quadros
que se deslocam
na
tela da candura.
Dezesseis
anos.
Viagem
no navio da noite
a
paragens não sonhadas.
O
gemido da paixão
na
crista das ondas envolventes.
A
voz estereofônica
do
apelo-mulher,
na
crista de rochedos
impossíveis
dentro
do mar,
como
altares proibidos.
Ai!
minha inocência que se quebrou.
Corpo
quase menino.
Entre
a vigília e o
sonho,
sonho,
o
entrever de países estranhos
donde
se não volta.
O
outro mundo quase tocado com a mão.
No
entanto, na lonjura dos caminhos ardentes
dos
desertos sem oásis,
ainda
no cérebro teimoso
o
desejo e o amor. E o medo.
Ai! minha inocência que se quebrou.
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