PRESSÃO
J.UM
Arrocho malvado
que faz a vida inútil.
Não há já tesouros do passado,
Ideal... futuro...
“Trem” bem mineiro,
sem sentido.
Será que a gente comprou
o bonde do paulista,
ao chorar para o sol
a primeira vez?
Que arrocho! O corpo forte.
A gente, na raiva atroz,
capaz de dar um tiro
em qualquer atrevido.
Vamos cair de joelhos,
apertar o estômago,
estrangular, fazer saltar
este ar preso.
Vamos fazer ginástica flexória,
na bruta,
no duro da goiaba.
Expulsar a pontapé
esse demônio opressor,
esse íncubo das noites alucinadas.
Ah! Façamos o “cotau”,
a ginástica elegante
e poderosa dos faquires.
Dobrar o tronco sobre as coxas
levar a testa ao chão,
num movimento de quem
salta do trampolim para o mergulho.
Calcanhares bem juntos,
pontas dos pés para fora.
Um... dois... três... quatro... vinte!
Não adianta calouro burro!
Tua pressão foi a vinte.
Estás velho, meu caro!
O´ Deus da infância alegre
tem paciência,
dá paciência.
É a pressão! É a pressão!
É o arrocho do Mongol
na sarabanda do Telecatch
da pressão.
Ar preso, uma figa!
Tu é que estás no garrote.
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