segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Discurso para o Orador, José Lupciano Rabello Campos. - 26/11/1959 - J UM



Discurso para o Orador, José Lupciano Rabello Campos.





Discurso escrito por José Rabello Campos para seu filho, José Lupciano Rabello Campos, orador da turma do 4º ano de 1959, do Grupo Escolar Nossa Senhora do Patrocínio, de Virginópolis, MG.








Nosso caro Paraninfo Revmo. Sr. Pe. Dr. Brower,

Escolhido por meus colegas para orador desta solenidade, começo por lhes agradecer a gentileza da escolha, que atribuo unicamente à amizade que me consagram e que muito me honra.

Nós agradecemos a Deus ter-nos conservado a vida e a saúde, permitindo-nos chegar ao fim do curso primário, nossa primeira conquista na vida, cuja lembrança nos haverá sempre de acompanhar.

Não poderíamos esquecer-nos de prestar nosso filial agradecimento a Nossa Senhora do Patrocínio, padroeira deste Grupo Escolar, cujas bênçãos nos acompanharam dia a dia, Mãe Excelsa que nos guiará, em nossa luta futura, à qual queremos consagrar todos os trabalhos, as alegrias e as tristezas também que, como todos, haveremos de defrontar.

Como resumir em breves palavras a gratidão toda de que estão cheios  nossos corações por nossas professoras que se desvelaram, tantos dias, por nós?
Meus caros colegas, eu sei que vocês, como eu, muitas vezes terão meditado sobre o doce peso da gratidão que nos toca, a respeito de nossas mestras, de nossa Diretora, como também de todos os auxiliares. Nós aqui tudo recebemos de bom e de amável, por mãos gentis de nossas mestras.
Fizemo-las alegres, muita vez, mas também, muita vez, as teremos feito sofrer, quando nos desviávamos da linha do dever. Caras mestras, cara professora do nosso 4° ano, sabei que em nossos corações há, condensada, muita gratidão. Não vos poderemos retribuir, mas Aquele que tudo vê e que pesou o vosso trabalho, a vossa dedicação, a vossa abnegação, há de saber pagar-vos por nós. A Deus pedimos que, sobretudo, nos conserve ou nos dê a bondade de coração, para que, sempre e sempre, saibamos ver em vós, nossas segundas mães, amando-vos e venerando-vos.

Querido Padre Brower – Quisemos, pela amizade que vos consagramos, fazer-vos nosso padrinho de fim de curso. Foi uma escolha de nosso coração, simplesmente nela não entrou outra intenção senão o prazer de ter  vosso nome associado a doce lembrança deste Grupo Escolar,onde vivemos  quadra tão feliz de nossa vida e  que,  com pesar, estamos deixando. Temos sidos educados, admirando-vos, estimando-vos, considerando-vos uma pessoa de nossa família. Nós tão pequenos, e vós tão grande. Nós, pobres tico ticos. Vós, águia intelectual. Nós, tão imperfeitos. Vós, tão virtuoso e modelar. É uma união de extremos. Sempre é verdade que os extremos se tocam. Mas, desconfiai um pouquinho, porque, mesmo na amizade, existe egoísmo. Nossa treta, ou nosso ardil, é juntar o útil ao agradável, e, assim, colhermos todos os pontos. Queremos que a lembrança que havereis de nós guardar, vos faça rezar por nós, pedir a Deus, no “momento pelos vivos”, pelos vossos afilhados de hoje. Isto, não só amanhã ou depois, mas pela vossa vida inteira. Notai bem que fomos espertos.

Meus caros colegas, terminando, eu peço a Deus que nossa vida corresponda às esperanças que em nós depositam nossos pais, seja um corolário lógico da dedicação de nossas mestras; peço a Deus que, acima de tudo, como disse alguém, seja nossa vida o triunfo da bondade.


26 de novembro de 1959

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