Discurso para o Orador, José Lupciano Rabello Campos.
Discurso escrito por José Rabello Campos para seu filho, José Lupciano Rabello Campos, orador da turma do 4º ano de 1959, do Grupo Escolar Nossa Senhora do Patrocínio, de Virginópolis, MG.
Nosso caro Paraninfo Revmo. Sr. Pe. Dr. Brower,
Escolhido por meus
colegas para orador desta solenidade, começo
por lhes agradecer a gentileza da escolha, que atribuo unicamente à amizade que
me consagram e que muito me honra.
Nós agradecemos a Deus
ter-nos conservado a vida e a saúde, permitindo-nos chegar ao fim do curso
primário, nossa primeira conquista na vida, cuja lembrança nos haverá sempre de
acompanhar.
Não poderíamos
esquecer-nos de prestar nosso filial agradecimento a Nossa Senhora do
Patrocínio, padroeira deste Grupo Escolar, cujas bênçãos nos acompanharam dia a
dia, Mãe Excelsa que nos guiará, em nossa luta futura, à qual queremos
consagrar todos os trabalhos, as alegrias e as tristezas também que, como
todos, haveremos de defrontar.
Como resumir em breves
palavras a gratidão toda de que estão cheios
nossos corações por nossas
professoras que se desvelaram, tantos dias, por nós?
Meus caros colegas, eu
sei que vocês, como eu, muitas vezes terão meditado sobre o doce peso da
gratidão que nos toca, a respeito de nossas mestras, de nossa Diretora, como
também de todos os auxiliares. Nós aqui tudo recebemos de bom e de amável, por
mãos gentis de nossas mestras.
Fizemo-las alegres,
muita vez, mas também, muita vez, as teremos feito sofrer, quando nos
desviávamos da linha do dever. Caras mestras, cara professora do nosso 4° ano,
sabei que em nossos corações há, condensada, muita gratidão. Não vos poderemos
retribuir, mas Aquele que tudo vê e que pesou o vosso trabalho, a vossa
dedicação, a vossa abnegação, há de saber pagar-vos por nós. A Deus pedimos
que, sobretudo, nos conserve ou nos dê a bondade de coração, para que, sempre e
sempre, saibamos ver em vós, nossas segundas mães, amando-vos e venerando-vos.
Querido Padre Brower –
Quisemos, pela amizade que vos consagramos, fazer-vos nosso padrinho de fim de
curso. Foi uma escolha de nosso coração, simplesmente nela não entrou outra
intenção senão o prazer de ter vosso
nome associado a doce lembrança deste Grupo
Escolar,onde vivemos quadra tão feliz de
nossa vida e que, com pesar, estamos deixando. Temos sidos
educados, admirando-vos, estimando-vos, considerando-vos uma pessoa de nossa
família. Nós tão pequenos, e vós tão grande. Nós, pobres tico ticos. Vós, águia
intelectual. Nós, tão imperfeitos. Vós, tão virtuoso e modelar. É uma união de
extremos. Sempre é verdade que os extremos se tocam. Mas, desconfiai um
pouquinho, porque, mesmo na amizade, existe egoísmo. Nossa treta, ou nosso
ardil, é juntar o útil ao agradável, e, assim, colhermos todos os pontos.
Queremos que a lembrança que havereis de nós guardar, vos faça rezar por nós,
pedir a Deus, no “momento pelos vivos”, pelos vossos afilhados de hoje. Isto,
não só amanhã ou depois, mas pela vossa vida inteira. Notai bem que fomos
espertos.
Meus caros colegas,
terminando, eu peço a Deus que nossa vida corresponda às esperanças que em nós
depositam nossos pais, seja um corolário lógico da dedicação de nossas mestras;
peço a Deus que, acima de tudo, como disse alguém, seja nossa vida o triunfo da
bondade.
26 de novembro de 1959
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